Por que você faz o que você faz?

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por Martha Gabriel, 31 de dezembro de 2014 13:09

Por que fazemos cada uma das coisas que fazemos todos os dias? Comprar algo, ler um livro, assistir um determinado filme, comer um alimento específico, trabalhar em alguma atividade, dormir de um jeito, conversar com alguém, estudar um assunto, etc.? Parece uma pergunta óbvia para a qual todos nós deveríamos ter a resposta. No entanto, frequentemente não temos.

A importância de pensar sobre cada ação que adotamos em nossas vidas, mesmo nos horários de lazer, é que quando tomamos consciência de nossos atos, damos significado a eles e assumimos a nossa responsabilidade para conosco e com o mundo. A vida é o que fazemos e não o que acontece com a gente. Quando não somos conscientes, somos vítimas e, ao mesmo tempo, assassinos: de tempo, dinheiro, qualidade de vida e desenvolvimento pessoal.

Por exemplo, recentemente parei para pensar porque eu assistia determinadas séries americanas e me dei conta que várias delas nada acrescentavam ao meu crescimento ou bem-estar e que, na realidade, eram assassinas do meu tempo – em outras palavras, ela não valiam as horas que eu “perdia” com elas. Por outro lado, outras são excelentes para mim, ampliando em algum grau as minhas reflexões sobre o mundo e sobre mim mesma.

A regra é simples e vem da física básica: toda ação provoca uma reação. Tudo o que fazemos, por menor que seja, transforma o mundo ao nosso redor, que nos transforma de volta. Os budistas chamam isso de karma e prestam muita atenção ao cria-lo a cada momento, pois isso determinará a sua felicidade futura. Outros chamam de “lei da retribuição”. As religiões que acreditam em reencarnação têm essa filosofia bastante enraizada em suas diretrizes, mas acredito que, independente da fé que você pratique, agir conscientemente é essencial para o desenvolvimento de uma vida produtiva e feliz para você e para tudo ao seu redor.

Conforme agimos mais conscientemente, passamos a nos conhecer melhor e a ser mais sustentáveis. Quando penso deliberadamente em cada “porque” de cada ato meu, analiso a minha essência e as motivações pelas quais ajo. Existe uma máxima que diz que “a raiz de toda mágoa é a expectativa”, assim, se não nos conhecemos, temos expectativas erradas tanto em relação a nós mesmos quanto aos outros. Além disso, quando nos conhecemos, sabemos melhor o que queremos no mundo e passamos a agir para atender as nossas verdadeiras necessidades (e não as dos outros, as expectativas dos outros). A partir daí, tendemos a parar de consumir tudo o que não nutre verdadeiramente a nossa felicidade: coisas, informações, alimentos, relacionamentos, enfim, tudo. Isso é uma das principais consequências dos nossos atos conscientes e contribui significativamente para a sustentabilidade do mundo e da nossa alma nos permitindo entrar em alinhamento com o nosso verdadeiro “ser”.

Conforme vivemos, mudamos ao longo do tempo, e por isso, é essencial fazer essa checagem sempre, sob o risco de continuarmos a fazer coisas que só faziam sentindo no passado, mas que não precisamos/queremos/gostamos mais. O que é bom e natural para uma criança, não é para um adolescente ou para um adulto. Temos que mudar todos os dias para continuarmos a ser nós mesmos, e, nesse processo, quando temos consciência das nossas ações, elas contribuem para esse desenvolvimento ao invés de atrapalha-lo. Se continuarmos a fazer as mesmas coisas sem pensar, podemos estar inconscientemente nos sabotando.

Assim, desejo que 2015 te leve para o futuro em uma viagem de auto conhecimento e consciência dos seus atos e que para cada um deles você seja capaz de responder: “porque você faz o que você faz, a cada instante?”.

Como já dizia Confúcio, “Onde quer que você vá, vá com todo o seu coração”. Isso muda tudo!

14 Comentários

  1. Maykoll disse:

    Ótimo texto. Muito obrigado por esse presente de começo de ano. Sou um grande fã de seu trabalho. Parabéns, parabéns, parabéns..

  2. suzana disse:

    Fantástico, o texto!

  3. Pedro Cordier disse:

    Oi, Martha. Antes de tudo, desejo um ano de 2015 fabuloso para você e sua família.

    Muito obrigado pelo compartilhamento desse texto. Vai ajudar bastante as pessoas que tiverem a sensibilidade para ler e sentir as suas palavras. É uma reflexão que venho fazendo há um tempo e que tem contribuído para me tornar uma pessoa melhor a cada dia…

    Um grande beijo,

    Pedro Cordier

  4. Todas as doutrinas, filosóficas ou religiosas pregaram o desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal, mas nem todos estão preparados para essa responsabilidade por isso “gastam” o tempo com o celular, jogando, em frente a tv. Vamos continuar fazendo nossa parte porque não dá para ajudar quem não quer ou esta preparado.

  5. Excelente e rico textos. Reflexão é a palavra.parabéns.

  6. Catarina Silva disse:

    Muito interessante. Sempre me questionei sobre o meu tempo no sentido de utilidade que faço dele. Acredito que é de tamanha preciosidade que devemos prestar muita atenção. Não volta mais. Que possamos fazer dele algo útil que valha a pena, principalmente para nossos semelhantes.

  7. DAIANI disse:

    ótimo texto!

  8. Talita disse:

    2015 está quase terminando eu estou na fase final de uma pós em planejamento estratégico em mídias sociais,em meio a tanta informação e a ansiedade por processar e absorver cada uma delas… comprei um livro seu na saraiva on line, nunca o recebi, desisti! Porém nesta manhã de terça fui conduzida aos teus textos, já é o terceiro que leio seguidamente….mas esse especialmente faz todo sentido para o meu momento de vida, obrigada!

  9. Faz todo sentido pra mim Martha. Parabéns e sucesso.

  10. […] disposta a fazer o meu máximo e o mais rapidamente possível, mas sem esquecer de quem sou e porque estou fazendo cada coisa a cada instante. Isso não é fácil, e, para tanto, relaciono a seguir alguns processos que me ajudam a me manter […]

  11. Lendo o texto em 2020, muito boa essa “reflexão” , levarei diariamente este detalhe: “Quando penso deliberadamente em cada “porque” de cada ato meu, analiso a minha essência e as motivações pelas quais ajo”

  12. […] disposta a fazer o meu máximo e o mais rapidamente possível, mas sem esquecer de quem sou e porque estou fazendo cada coisa a cada instante. Isso não é fácil, e, para tanto, relaciono a seguir alguns processos que me ajudam a me manter […]

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