“É impossível ser feliz sozinho” – essas sábias palavras de Tom Jobim em “Wave”, retratam uma das maiores verdades da vida: precisamos uns dos outros, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. A felicidade e o sucesso vêm das relações humanas, das conexões, que fazem com que a vida e os negócios fluam e floresçam. Diz o ditado “Quem tem um amigo tem o maior tesouro”. Durante a história da humanidade, conquistas, descobertas, guerras e paixões foram tecidas por meio dos fios do relacionamento humano. Assim, a nossa natureza está sempre em busca dos contatos corretos para nossos empreendimentos – seja para constituir família, ou para alavancar negócios.
Networking de negócios é uma atividade socioeconômica em que grupos de pessoas com objetivos similares se reconhecem, criam ou agem em oportunidades de negócios. Portanto, a meta de fazer networking é criar uma rede social com interesses de negócios.
Apesar de networking não ser uma prática nova ou moderna, vivemos hoje uma era com possibilidades gigantescas de conexão, sem precedentes na história. Por outro lado, a proximidade digital entre as pessoas causa um falso senso de intimidade que, por muitas vezes, pode causar problemas ao invés de alavancar relacionamentos. Se bem utilizado, o networking na era digital é poderosíssimo para potencializar relacionamentos, mas se mal aplicado, tem o efeito contrário – afasta ao invés de atrair.
A proliferação de plataformas de redes sociais combinadas com a facilidade de se encontrar pessoas no ambiente online, faz com que literalmente todos estejam ao nosso alcance para conectar. No entanto, ter uma pessoa a um clique de distância, não significa que você possa, ou deva, conversar com ela como se fossem amigos. Se você encontrar uma personalidade na rua ou em um evento, o fato de ela estar a um passo de distância, não significa que ela se tornou sua amiga. Você continua precisando iniciar o relacionamento devagar, passo a passo, de forma gradativa e aprofundando o relacionamento. Para qualquer relacionamento florescer é preciso encontrar um ponto de contato, algum interesse em comum e a forma certa de aproximação e desenvolvimento. O bom senso, a educação e a ética são a base e a essência de qualquer ação que envolva relacionamento humano. Por mais que tecnologia catalise as possibilidades de conexão, a arte do relacionamento continua dependendo das nossas habilidades humanas e não tecnológicas.
Dessa forma, fazendo uma reflexão sobre o networking na era digital, seguem algumas considerações:
1. Equilíbrio – Networking é bom, mas se você só faz isso, não tem tempo para mais nada, principalmente produzir e ter conteúdo para manter qualquer relacionamento de negócios.
2. Interesse Comum – É preciso ter objetivo e conteúdo antes de fazer networking. Se você não tiver algum interesse em comum com a outra pessoa, o relacionamento tende a morrer ao invés de florescer.
3. Quantidade vs Interatividade – Networking não é ter milhares de contatos nas redes sociais – é interagir com eles, estar presente em algum grau e de forma interessante na vida do outro. (nada adiantar marcar um café sem ter o que falar. Na hora certa, a conexão aparece.
4. A pessoa mais importante no networking é o OUTRO – Networking não é só falar e focar em você – networking é principalmente ouvir para CONECTAR. O vídeo a seguir ilustra isso:
5. Networking não é só online, é presencial também – Mostre a sua cara. Um abraço ainda não tem equivalente digital. O encontro pessoal é ESPECIAL – valorize isso. Presença online é importante, mas nada substitui um abraço pessoal.
6. Networking é respeitar o TIMING e os LIMITES de interesse do outro – Não adianta insistir quando o outro não está interessado no relacionamento. Se existir interesse mútuo, em algum grau, a proximidade cresce naturalmente.
7. Valorize o seu tempo – As estratégias de marketing de relacionamento focam na otimização do Life Time Value do consumidor/cliente, ou seja, investe-se mais em prospects e clientes que têm maiores possibilidades de dar lucro à empresa. O mesmo critério pode ser aplicado em networking de negócios: invista mais tempo nos contatos e relacionamentos com maiores possibilidades de negócios. Tempo é um recurso inelástico.
8. NUNCA peça recomendações a quem nunca trabalhou com você ou para quem te conheça pouco – Se você realmente admira e respeita alguém com quem trabalhou e gostaria que essa pessoa te recomendasse, recomende-a primeiro. Ela vai lembrar de você e isso é o suficiente para ela te recomendar, se ela QUISER.
9. Networking deve ser estratégico e não ao acaso – Networking não é fazer apenas conexões sociais, mas também planejar conexões propositais com pessoas que possam enriquecer a sua visão de mundo. As conexões sociais focam na busca do que gostamos, que nos reforça. As conexões propositais com pessoas de outras tribos, outros hábitos e habitats, fora do escopo do nosso negócios, abrem portas para novas ideias.
10. Cada pessoa é única, portanto customize o contato, não padronize – Não use texto padrão do LinkedIn para conectar com quem te conhece pouco. Se você usar um texto personalizado, a chance da pessoa se lembrar de você e te aceitar, é bem maior. Para pessoas que realmente te conhecem bem, o texto padrão é suficiente, apesar de um texto personalizado ser sempre mais simpático.
11. Cuide do seu conteúdo online: sua imagem, reputação, etc. – a melhor ferramenta de networking hoje, é isso: ter conteúdo bom e encontrável sobre você online! Hoje são feitas 1 bilhão de buscas por nomes todos os dias. Todo mundo tem acesso às suas informações, se elas existirem. Se você tem uma fraca (ou inexistente) presença online, ou pior, se você tiver uma presença online ruim, isso prejudica qualquer tentativa de relacionamento de negócios. Você será julgado pelo seu conteúdo online. Assim, a melhor maneira de encontrar quem interessa para fazer networking, é ser encontrado por eles 😉
Essas são apenas algumas reflexões sobre Networking de negócios, e seria impossível abordar todos os aspectos e derivações dessa arte de relacionamento em um texto. No entanto, lembrando que networking é “net” (rede) + “working” (trabalho), todas as regras e recomendações resumem-se às estratégias de relacionamento (bom senso, ética, educação) associadas a estratégias de negócios (foco e objetivo) – essas habilidades são essenciais, independente das tecnologias e variações dos ambientes de conexão.
— Artigo publicado por Martha Gabriel originalmente no Portal Cidade Marketing em 13/nov/2012
4 Comentários
Muito Bom!
Parabéns Matha pelo artigo, muito bom e claro!
Excelente Martha! Parabéns!
diria…texto providencial!!